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ESG: Como Pequenas e Médias Empresas podem Adotar Energia Renovável e Promover a Sustentabilidade

As PMEs, frequentemente consideradas a base da economia, têm uma oportunidade única de contribuir para o desenvolvimento sustentável e alinhar suas estratégias comerciais aos princípios ESG.

A sustentabilidade transcendeu o status de palavra da moda para se tornar uma necessidade nos negócios. Diante dos desafios urgentes das mudanças climáticas, a sustentabilidade tem se mostrado imperativa para empresas ao redor do mundo. O setor energético, particularmente, desempenha um papel fundamental no direcionamento das iniciativas de sustentabilidade, e as empresas estão cada vez mais buscando maneiras de transicionar para fontes de energia renovável para reduzir sua pegada de carbono.

Essa realidade também é válida para as pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil, que podem implementar ações para adotar energia renovável e tornar-se mais sustentáveis. Nos últimos anos, os critérios Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) ganharam destaque como uma estrutura abrangente para avaliar o impacto sustentável e ético das empresas, que perceberam que para assegurar sua sobrevivência e permanência no mercado, é necessário atentar-se para os impactos gerados e definir estratégias de mitigação. Investidores, clientes e stakeholders estão dando maior ênfase a empresas que priorizam os fatores ESG. As PMEs, frequentemente consideradas a base da economia, têm uma oportunidade única de contribuir para o desenvolvimento sustentável e alinhar suas estratégias comerciais aos princípios ESG. Começando pelo Começo Um desafio comum para as PMEs é ter acesso a soluções sustentáveis adaptadas ao seu porte. As soluções disponíveis são diversas, espalhadas e muitas vezes difíceis de encontrar.

A falta de especialistas dentro das empresas torna ainda mais desafiador avaliar o que é melhor para elas e como implementar tais medidas. Entretanto, a pressão por uma atuação mais sustentável das empresas está aumentando. Segundo pesquisas realizadas pela Opinion Box e Grupo Descartes Systems, pelo menos 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante para o cotidiano (1), mas apenas 38% dos consumidores sentem que os varejistas estão fazendo um bom trabalho ao utilizar práticas de entrega sustentáveis (2). Aparentemente, os consumidores já começaram a exigir atitudes das empresas, tomando medidas concretas para a adoção de práticas sustentáveis. Por exemplo, 37% dos entrevistados na pesquisa da Opinion Box já deixaram de consumir produtos de empresas que não atendem à agenda de preservação do meio ambiente. Adicionalmente, segundo o Grupo Descartes, mais de 50% indicaram que estão bastante ou muito interessados em métodos de entrega ecologicamente corretos e 54% estariam dispostos a aceitar prazos de entrega mais longos para uma entrega ecologicamente correta. Isso significa que o consumidor já está depositando seu poder mais precioso – o poder de compra – onde acredita que seus anseios estão sendo efetivamente atendidos. O Caminho a Seguir Então, como as PMEs podem dar o primeiro passo?

Começa com a compreensão de seu impacto ambiental, avaliando seu consumo de energia e viabilidade de opções de energia renovável em suas operações. Esse processo ajudará a identificar as áreas onde podem ser feitas intervenções. O consumo de energias renováveis é um forte aliado nesse processo e geralmente corresponde a uma fatia considerável das emissões de alguns setores da economia. Toda atividade produtiva, aquecimento e resfriamento de ambientes fechados, transporte de materiais em centros de distribuição: todas essas atividades demandam energia. Nesse sentido, duas soluções destacam-se como importantes aliadas para as PMEs na redução dos gases de efeito estufa: a geração distribuída (GD) e o mercado livre de energia (MLE). A geração distribuída, um modelo no qual a energia é produzida próxima ao local de consumo por meio de fontes renováveis, vem ganhando cada vez mais adesão graças aos avanços tecnológicos e à redução de preços dos equipamentos. Neste modelo, placas de energia solar são instaladas nas instalações da empresa e passam a gerar a energia que será consumida. Em outra modalidade, empresas podem realizar uma assinatura de energia e consumir energia renovável produzida por usinas mais afastadas de seus locais, numa espécie de condomínio. Essa solução tem maior viabilidade para empresas conectadas na baixa tensão, ou seja, 110/220 volts. Para essas empresas, esse sistema de geração distribuída é uma maneira viável atualmente de consumir energia renovável. Já para as empresas que recebem energia em alta tensão (pertencentes ao Grupo A), o mercado livre de energia se mostra como a melhor alternativa para adoção de energia renovável e redução de gases de efeito estufa.

No MLE, os consumidores podem escolher seu fornecedor de energia, o que lhes permite optar por empresas que geram energia a partir de fontes renováveis. Nesta modalidade, as empresas têm maior liberdade de negociação na aquisição da energia e podem combinar diferentes ofertas para atender suas necessidades de maneira mais personalizada. Referências Internacionais Olhando para exemplos e casos internacionais, muito se tem discutido sobre o papel e os desafios das PMEs nesta transição para uma nova economia. De acordo com discussões no âmbito da OCDE, é possível desvendar um caminho para a sustentabilidade ambiental por meio da digitalização. A pandemia de COVID-19 acelerou a digitalização das PMEs, apresentando uma oportunidade para as empresas se tornarem mais resilientes e adotarem modelos de negócios mais sustentáveis. O uso de inovações digitais, como tecnologias de teste de pegada de carbono e sensores ecológicos conectados a dispositivos de IoT, pode auxiliar PMEs a transitar para modelos sustentáveis. Banish, um marketplace online de produtos sustentáveis australianos, é um excelente exemplo de como as ferramentas digitais podem auxiliar na sustentabilidade das PMEs. Além disso, a conscientização sobre as práticas sustentáveis também é essencial. Um modelo de balcão único para fornecer informações relevantes sobre como operar de maneira mais sustentável foi sugerido como uma solução para apoiar pequenas empresas que geralmente não têm uma área de sustentabilidade, como as grandes empresas. Como Seguir em Frente A transição para a energia renovável é inevitável, dada a necessidade de o Brasil e o mundo caminharem para uma economia de baixo carbono. Com isso, as PMEs podem enfrentar alguns desafios ao adotar práticas sustentáveis.

Um obstáculo significativo é o investimento inicial necessário para instalar sistemas de energia renovável. Para empresas menores com recursos limitados, esse custo inicial pode ser assustador. Para enfrentar esse desafio, existem várias opções de financiamento disponíveis, incluindo subsídios governamentais, empréstimos com juros baixos e acordos de compra de energia de terceiros. Essas opções podem ajudar as PMEs a superar a barreira financeira e iniciar sua jornada de energia renovável. Além disso, as PMEs podem encontrar complexidades técnicas e regulatórias ao integrar fontes de energia renovável em suas operações. Buscar orientação de consultores de energia e colaborar com fornecedores experientes de energia renovável pode ajudar as PMEs a superar esses desafios. À medida que mais empresas reconhecem o imenso potencial da energia renovável, o futuro parece promissor para as PMEs que buscam embarcar em uma jornada sustentável.

A chave está em estabelecer metas claras de ESG, alinhar estratégias comerciais a práticas sustentáveis e aproveitar os recursos disponíveis para implementar soluções de energia renovável. A urgência de abordar as mudanças climáticas exige esforços imediatos e coordenados de empresas de todos os tamanhos. As PMEs no Brasil têm um papel vital a desempenhar na promoção da sustentabilidade ambiental por meio da adoção de energia renovável e práticas voltadas para o ESG. Com orientação especializada e apoio colaborativo, pequenas e médias empresas podem traçar um caminho rumo a um futuro sustentável e mais verde, com um impacto positivo duradouro tanto em seus negócios quanto no planeta.

Fonte: Canal Energia: CláudioRibeiro é CEO da 2WEcobank

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