Mulheres são minoria no segmento de energia

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1º Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia mostra os desafios e as perspectivas para o gênero feminino

“Hoje 0,98% dos cargos no segmento de energia são ocupados por mulheres e os homens ganham 36% a mais que as mulheres exercendo a mesma posição. As mulheres querem apoio e 80% delas já sofreram discriminação no mercado”, disse a coordenadora da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar (Rede MESOL), Aline Pan, durante a abertura do 1º Congresso Brasileiro das Mulheres da Energia nesta segunda-feira, 22 de agosto, em São Paulo. A frase resumiu bem os desafios que o gênero feminino ainda enfrentar no setor de energia. Reunidas nesse primeiro evento elas também debateram os desafios setoriais.

Aline ainda destacou que a questão regulatória e o planejamento são os desafios do setor. “Temos muitos recursos, mas gerenciamos muito mal. É muito difícil dimensionar e fazer previsões no mercado de energia. Eficiência energética vem com planejamento e uma boa política pública de estado e isso envolve muitas pessoas. E hoje já sabemos que mais da metade da energia usada mundialmente é desperdiçada. Temos que ter em mente que energia é o desenvolvimento de qualquer nação e vejo que a solar cresce e vai crescer ainda mais e um desafio para as mulheres nesse segmento”, ressaltou.

A representante do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal, declarou que hoje muito se fala em transição energética, porém é preciso falar também da inclusão das mulheres no segmento de energia. “As mulheres tem muita energia para atuar em diversas áreas e acredito que fecha perfeito com as renováveis e temos que ampliar isso e capilarizar”, ressaltou.

Já a diretora da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Raquel Rocha, destacou que é necessário pensar em geração distribuída não está apenas em fonte solar e todas as fontes renováveis tem acesso a GD. “A lei número 14.300 trouxe o marco legal da mini e micro geração distribuída, mas o fato de ter uma lei, não garante que setor funcione do jeito que queríamos. Precisamos criar mecanismos para que a legislação seja eficaz para atender a necessidade da sociedade”, explicou.

“Eu acredito que a hidrelétrica é muito importante para o Brasil. Somo um País de vocação hídrica e isso traz inúmeros benefícios para a sociedade brasileira. A PL 414 é necessária para o setor e precisamos desse marco para acompanhar essa mudança que o setor vive hoje. O nosso setor mudou muitos de 30 anos para cá”, ressaltou a presidente da Associação Brasileira de PCH e CGH (ABRAPCH), Alessandra  Torres. Ela ainda afirmou que a nossa matriz é a mais renovável do mundo.

“Gostaria de inserir mais um D nos D´s do setor elétrico, o D de demonização das hidrelétricas. A guerra entre Rússia e Ucrânia fez a gente pensar muita coisa e os preços subiram muito, mas a água do rio não sobe. Temos que ter espaço para todas as fontes, mas não podemos demonizar a hidrelétrica e seus reservatórios. E energia hidrelétrica tem um papel vital na transição. Precisamos enfrentar um discurso amplo e aberto e a preservação da água e os diferentes usos. Precisamos reconhecer e atribuir a cada fonte”, explicou.

 

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