Embora mais populares, os motores à combustão são altamente poluentes e contribuem significativamente para a emissão de gases do efeito estufa. A indústria automotiva já reconhece a importância de investir em carros elétricos, mas quando falamos de infraestrutura de carregamento, a solução pode estar no hidrogênio verde, que pode começar a abastecer navios, caminhões e até aviões – ou seja, veículos que não podem pesar demais ou fazer paradas durante longos trajetos. Gerado por matrizes de energia limpas, ele pode ser utilizado em motores de combustão interna, se superados alguns desafios técnicos (como eficiência e segurança), ou em células de combustível.
Um estudo realizado pela consultoria McKinsey & Company mostra que a América Latina tem potencial para deter 35% da oferta global desse combustível, devido ao alto índice de fontes renováveis como hidrelétrica, solar e eólica.
No Brasil, o hidrogênio verde foi um dos temas dos debates realizados no estande oficial do Governo na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), que destacou os planos do País em produzir combustível a partir da energia eólica gerada pelas offshore – o objetivo é que o Ceará se torne o principal produtor. Inclusive, o Nordeste vem sendo reconhecido pelos diversos benefícios que oferece para produção desse gás, como a infraestrutura portuária e a localização estratégica de acesso aos mercados europeu e norte-americano, entre outros.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS tem desenvolvido um estudo sobre a produção de hidrogênio verde adaptado ao contexto brasileiro. Esse projeto busca compreender qual o potencial do produto como vetor energético e seus impactos positivos para diferentes setores da economia.
A Cummins, por exemplo, já atua em seus centros de pesquisa e desenvolvimento com diversos tipos de eletrolisadores capazes de captar energia de fontes diversas para produção de hidrogênio. Enquanto isso, nos Estados Unidos, as usinas da Plug Power trabalham para produzir cerca de 500 toneladas de combustível por dia até o final de 2025, com o propósito de fornecer opções mais sustentáveis para clientes como Amazon e Walmart.
A expansão e popularização desse estilo de combustível tende a desenvolver diversas possibilidades para o setor elétrico. Muito mais do que mobilidade, estamos nos referindo a mudanças em siderúrgicas, que utilizam queima de carvão para produzir aço. Além dos benefícios em geração, bem como para atenuar as intermitências na área das energias renováveis. Tudo isso, de forma muito mais saudável para o meio ambiente e ajudando no combate às mudanças climáticas.
Fonte: Canal Energia/Marisa Zampolli